terça-feira, 13 de abril de 2010

ATÉ QUE ENFIM UM CHINÊS COMTEMPORÂNEO

Quando eu vim morar em São Paulo, há um ano e meio atrás, perguntei a minha amiga Ana se havia algum resturante chinês contemporâneo bacana aqui, que fugisse do trivial de algumas casas que pouco tem de atual e moderno no seu cardápio e na sua decoração. Ela havia me dito que não sabia (e olha que ela sabe muito de restaurantes) e que eu experimentasse algum chinês tradicional que iria gostar. Nesse tempo que estou aqui já fui a muitos restaurantes chineses, mas nenhum deles preenche o tripé da gastronomia (boa comida, lugar agradável e preço honesto). O que mais me chamou a atenção em todos eles não foi a comida, que de fato é boa, mas sim a antipatia dos seus proprietários e o péssimo atendimento em geral. Me atreveria a dizer que em muitos deles, a frequência é para iniciados no idioma, afinal o cardápio muitas vezes é em chinês (apenas) e os atendentes quase não entendem português. Além disso, de maneira geral, não há muita boa vontade no atendimento dos clientes que não são patrícios. Inclusive em um deles, muito famoso no bairro da Liberdade, os orientais são sempre atendidos primeiro, não importa se você chegou primeiro que eles. A minha má impressão permaneceu até sábado passado, quando fui conhecer o restaurante PING PONG, na Rua Lopes Neto, 15, esquina com a Tabapuã no Itaim Bibi. Este restaurante é a primeira filial de uma rede inglesa fora de Londres e é exatamente aquilo que eu queria quando perguntei a minha amiga Ana sobre um restaurante chinês comtemporâneo. Fiquei encantada com a delicadeza do lugar e dos seus significados, cuidadosamente, representados em cada detalhe do ambiente lindo, acolhedor, moderno e muito agradável! Tudo é servido delicadamente em pequenas porções, com preços bem acessíveis. O encontro do antigo e do novo com os aromas das porções é mágico! Os pastéis recheados (podem ser assados, fritos ou cozidos no vapor) trazem receitas milenares chinesas com uma releitura bem comtemporânea, bem ao (bom) gosto do paulistano. Assim como as casas de chá da rota da seda, o PING PONG também traz bebidas (chás) quentes que são uma delícia (acreditem!) quando consumidos junto com os dim sum (pequenas porções recheadas) que em cantonês significa "tocar o coração". Uma outra grande qualidade da casa é o atendimento! Fantástico! Rápido e acertivo, considerando que há uma garnde quantidade de pratos pedidos por cada pessoa (em média 4 ou 5). Os atendentes são muito simpáticos, demonstram saber e já ter provado todos os pratos e estão sempre à nossa mesa perguntando se precisamos de mais alguma coisa (tudo isso com a casa lotada). Até agora sinto o aroma daquelas pequenas porções com seus molhos diferenciados e da delicadeza com que tocaram o meu coração... quero dizer o meu estômago! Recomendo a todos essas sensações!